...
Só
Hoje senti um peso no peito
O peso da solidão
Sentei-me, à beira da Lagoa Rodrigo de Freitas,
Sobre as tábuas áridas de um píer delicioso
O céu estava completamente cinza
As águas não mostravam o saudoso azul
As águas eram negras
Uma brisa fria passava cortando a pele
E eu sentia o balanço do píer e da minha emoção.
Já estive nesse lugar milhares de vezes
Sempre havia alguém comigo
Rindo, chorando
Ouvindo, falando
Mas dessa vez estava só
E essa sensação tem me acompanhado faz tempo
Amigos verdadeiros, sei que tenho
Família unida, tenho também
Mas continuo só
Porque este vazio que tanto pesa
Ninguém poderá preencher
Esse vazio é só meu
E é só
E eu sou só
O mundo passa
As pessoas passam
Os momentos passam
Alguns inesquecíveis, eu sei
Mas só tenho o que ficou
Dentro do peito
Faltando um pedaço
E essa fome... ninguém vai suprir
E essa sede... só eu sei
Que seca por dentro
E às vezes, tanto dói
E às vezes, tanto constrói
O negro das águas
O cinza do céu
Vieram me dizer mais uma vez
Que a vida está aí
E que a sede só cresce
Levanto do chão
Suspiro
E sigo meu caminho
Há muito a preencher
- Natsumi Higurashi

1 Comments:
Esse vazio senti a minha vida quase toda...
Mas existe uma diferença entre estar só e estar abandonado...
estra só é estar consigo mesmo; abandonar-se é não se saber... é a gente que escolhe! Sei que é difícil e nem sei se entendo bem, já que somos todos tão diferentes e é isso que nos torna iguais... Mas entendo um pouco, e nesse pouco torço pra que esse "muito a preencher" seja feito da melhor e mais prazerosa maneira possível!
Beijocas mil!
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